sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
domingo, 27 de outubro de 2019
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital prenderam hoje (8), numa fazenda na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, o fazendeiro Pedro Paulo de Barros Pereira, acusado de ser o mandante junto com o filho, da morte a tiros da ex-nora Karina Garofalo Pereira, de 44 anos, em agosto deste ano, quando a vítima caminhava a pé para casa, acompanhada do filho, de 11 anos. Outras três pessoas indiciadas pelo crime já foram presas.
O crime ocorreu no dia 15 de agosto deste ano, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, quando mãe e filho deixaram um shopping center e seguiam para o condomínio onde moravam, no mesmo bairro.
Pedro Paulo é pai do ex-marido da vítima, o pecuarista Pedro Paulo Barros Pereira Júnior. Os dois são acusados de serem mandantes do homicídio, praticado por Paulo Maurício Barros Pereira (primo de Pedro Paulo Júnior) e pelo guarda municipal Hamir Feitosa Todorovic.
A arma usada no crime foi encontrada em um terreno baldio, próximo de onde o carro utilizado pelo assassino na fuga foi abandonado. A arma, equipada com um silenciador, foi apreendida pela perícia técnica.
Herança
O ex-marido de Karine e o pai dele são apontados pela polícia como mandantes do crime, com características de feminicídio. De acordo com a polícia, Karina e o ex-marido tiveram uma separação litigiosa e brigavam na Justiça por uma herança de mais de R$ 3 milhões.
O autor dos disparos, Paulo Maurício foi flagrado por câmeras de segurança sem máscara, ao volante do carro usado na ação, um Renault Logan, saindo do shopping onde a vítima estava. Pela filmagem, o filho de Karina o reconheceu como autor dos disparos. O veículo foi alugado por Paulo Maurício em seu próprio nome. Ele se entregou à polícia em agosto deste ano.
Fonte: Agencia Brasil
A forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a noite passada (7) provocou estragos na capital e também em municípios das regiões serrana, norte e noroeste do estado. A cidade do Rio está em estágio de atenção desde as 21h15 de ontem, devido à presença de áreas de instabilidade, com intensidade moderada a forte, na Baía de Guanabara.
O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de três e significa a possibilidade de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas. Na capital, os bairros mais atingidos pelo temporal foram Saúde, Penha, Madureira, São Cristóvão e Grota Funda, que registraram diversos pontos de alagamento.
A chuva trouxe transtornos aos trens urbanos. A Estação Ramos da Supervia foi aberta para embarque e desembarque apenas às 6h50 desta quinta-feira, por causa de alagamentos nos túneis de acesso dos passageiros à estação.
Segundo a concessionária Supervia, a chuva atingiu também a Estação de Olaria. Além das bombas de sucção de água da estação, foi usado equipamento extra para drenar a chuva. A estação abriu mais tarde ao público, devido ao entupimento das galerias de águas pluviais.
Região serrana
O município de Nova Friburgo, na região serrana, foi muito atingido pelo temporal. Os rios Bengala, Santo Antônio, Cônego, Ribeirão São José e Córrego Dantas estão em estágio de atenção. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) emitiu de madrugada um alerta para o risco de transbordamento de rios. Os principais cursos d'água de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis entraram em estado de vigilância após o temporal.
Em Petrópolis, a Secretaria de Defesa Civil registrou duas ocorrências por causa do acumulado de chuva na madrugada desta quinta-feira. No bairro Atílio Marotti, parte da rua cedeu devido ao acumulado de mais de 12 horas de chuva intensa no município. No momento, a via está interditada e equipes da Defesa Civil orientam os moradores no local. A prioridade é a segurança das famílias.
As aulas na Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo e no Liceu Municipal Carlos Chagas foram suspensas. No bairro Siméria, houve um deslizamento de terra no terreno nos fundos de uma casa, que não chegou a atingir o imóvel. Não houve vítimas. Na Coronel Veiga, no centro de Petrópolis, o Rio Quitandinha transbordou por cerca de 10 minutos durante a madrugada.
A Defesa Civil permanece em estágio de atenção, já que a chuva é contínua em algumas regiões da cidade e existe previsão de chuva permanente ao longo do dia. A orientação da Defesa Civil é que a população redobre a atenção e fique atenta ao acionamento das sirenes de emergência, em função do acumulado de chuva que deixa o solo encharcado.
A queda de galhos de árvores na Praça D. Pedro, no centro, interdita um trecho da Rua da Imperatriz, no entorno da praça. O local foi colocado provisoriamente em meia pista para evitar acidentes. Equipes da Defesa Civil isolaram também parte da praça. Agentes de trânsito estão no local orientando os motoristas.
Angra e Paraty
A Defesa Civil de Angra dos Reis está em estado de atenção devido à forte chuva que atinge o município desde a quarta-feira (7).
Os primeiros alertas começaram a ser emitidos para a população, por SMS, na madrugada de hoje. Até agora, moradores de 13 localidades receberam alerta para deixar suas casas: Vila do Abraão e Praia do Bananal, na Ilha Grande; e Balneário, Serra d’Água, Zungu, Areal, Banqueta, Morros do Tatu, Peres, Glória, Glória II e Monte Castelo, no continente. Segundo a Defesa Civil, esse número pode sofrer alterações de acordo com a precipitação da chuva.
A recomendação para quem mora perto de áreas de encosta e sujeitas a alagamento é procurar o ponto de apoio das comunidades ou um lugar seguro para se abrigar. A Defesa Civil registrou queda de barreira no Morro da Cruz e queda de árvore sobre a rede elétrica na Praia do Machado.
O maior índice pluviométrico do primeiro dia de chuva forte foi registrado na Vila do Abraão, 146 milímetros. Segundo a Meteorologia, há previsão de chuva até domingo (11), e a população deve ficar atenta aos alertas da Defesa Civil. Quem ainda não recebe os avisos, pode se cadastrar enviando um SMS para o número 40199, incluindo o número do CEP da residência na mensagem do texto.
Há pouco, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um alerta vermelho de acumulado de chuva no município de Paraty. Segundo o comunicado, existe grande risco de grandes alagamentos e transbordamento de rios e deslizamento de encostas.
Norte Fluminense
O prédio da prefeitura de Macaé, no norte fluminense, foi atingido pelo temporal, e o Executivo municipal decretou estado de calamidade pública. À tarde, a Secretaria de Saneamento informou que tinha sido restabelecido o abastecimento de água nas localidades de Glicério, Córrego do Ouro e Trapiche, devido a deslizamentos de terra e pedras.
Na região serrana de Macaé, os serviços de transporte que atendem à população da região serrana estão comprometidos devido à queda parcial da ponte sobre o Rio Trapiche.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, os bairros mais afetados são a Ilha Leocádia, Nova Esperança, Comunidade Novo Rio, Nova Holanda e Piracema.
Não há registro de desabrigados, mas, com apoio da Defesa Civil, grupos de desalojados foram remanejados para casas de parentes e amigos. Foi o caso de 51 moradores dos bairros Sol y Mar, São José do Barreto e Visconde, que precisaram sair de casa por causa de alagamentos.
Donativos
A Cruz Vermelha Brasileira está mobilizada para atender às pessoas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram os municípios de Macaé, Maria Madalena e Trajano de Moraes, causando inundações e deixando um rastro de destruição pelo caminho.
Os três municípios foram identificados pelos técnicos da Cruz Vermelha Brasileira como os mais vulneráveis e que precisam de ajuda urgente.
A instituição está em campanha para arrecadar alimentos não perecíveis, colchões e água mineral, além de material de limpeza e higiene pessoal. As doações devem ser levadas à sede da instituição, localizada na Praça Cruz Vermelha, no centro do Rio.
Fonte: Agencia Brasil
Servidores do Ministério do Trabalho fizeram hoje (8) um abraço simbólico ao redor do edifício principal na Esplanada dos Ministérios. Foi uma reação coletiva ao anúncio do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de extinguir a pasta e desmembrá-la em pelo menos três áreas – Educação, Economia e uma terceira a ser definida.
O setor de Recursos Humanos do Ministério do Trabalho informou que cerca de 600 funcionários participaram do abraço coletivo no esforço de mostrar para a sociedade a relevância da pasta. A manifestação durou pouco mais de meia hora, mas houve tempo o suficiente para ocupar algumas pistas do Eixo Monumental, via localizada na área central de Brasília, e provocar lentidão no trânsito. Em seguida, as pistas foram liberadas.
O auditor fiscal do trabalho Antônio Alves Mendonça Júnior, funcionário do Ministério do Trabalho, ressaltou que a pasta tem funções específicas e que extingui-la pode levar a um desequilíbrio nas atividades desempenhadas hoje.
“O ministério é a casa da fiscalização do trabalho, instrumento pelo qual se combate o trabalho infantil e se garante a saúde e a segurança do trabalhador. O órgão é essencial para equilibrar essa balança, que é desequilibrada por natureza. O Ministério do Trabalho é fundamental para garantir os direitos dos trabalhadores.”
A servidora Maria Aparecida Fernandes Araújo também fez questão de participar do ato. “O Ministério não tem que ser extinto, mas, sim, crescer com o país”, disse a funcionária pública, que há 24 anos está no Ministério do Trabalho. No ministério há 40 anos, a servidora Maria das Graças de Sousa disse que testemunhou “o desenvolvimento econômico e social do país”.
Fonte: Agencia Brasil
País com a maior biodiversidade do planeta, o Brasil tem a legislação necessária, o capital humano e a capacidade instalada para ser líder mundial nos acordos globais rumo ao desenvolvimento sustentável, porém precisa corrigir rumos e adotar políticas mais adequadas. É o que aponta o Sumário para Tomadores de Decisão do Primeiro Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e de Serviços Ecossistêmicos, lançado hoje (8) pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e de Serviços Ecossistêmicos (BPBES, da sigla em inglês), em evento no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Criada em 2015, a plataforma reúne cerca de 120 pesquisadores, com apoio financeiro do governo federal e do governo de São Paulo, e foi inspirada na Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), das Nações Unidas, datada de 2012
Para o professor de ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Fabio Scarano, um dos coordenadores do trabalho, a cada ano, os dados científicos trazem novas informações e evidências sobre a urgência de se cuidar do planeta. Ele destaca que apesar de ainda ter muitas questões para resolver, o Brasil já obteve grandes avanços.
“O país tem uma legislação boa para lidar com sistemas naturais, tem capacidade instalada, formação de recursos humanos. Estamos formando mais do que um doutor por dia no setor de biodiversidade. Há muitos ganhos o país tem histórico de liderança nos acordos globais, tanto na diversidade biológica como no clima, no combate à desertificação e nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável."
Por outro lado, ele aponta que o país tem ações contraditórias. “Temos várias leis que não são cumpridas, cerca de 80% do desmatamento no país é ilegal. Temos também a necessidade de se mudar de uma prática mais marrom para uma prática mais verde [de produção e consumo]. E a iniciativa não deve vir só do governo, mas também do setor privado, para a gente criar um ambiente mais favorável que se dê essa mudança”.
Já o coordenador da plataforma brasileira, Carlos Joly, defende que a principal mudança é dar escala global para soluções locais. “Não é uma construção exclusivamente da academia, já está envolvendo outros atores. Agora, com essas conclusões, nós vamos tentar ver de que forma isso pode ser implementado. Se você senta com o produtor agrícola e explica que manter áreas de vegetação nativa, com a presença dos polinizadores, isso vai aumentar a produtividade em 20% na soja, ele vai entender que tem a ganhar com isso.”
Sumário
Ao apresentar o trabalho, a professora da Universidade de Brasília Mercedes Bustamante afirmou que o protagonismo do Brasil na questão do desenvolvimento sustentável se dá pela biodiversidade que tem, uma vez que possui 42 mil espécies vegetais e 9 mil espécies de animais vertebrados, além de 129 mil espécies de invertebrados conhecidos, embora a lista de ameaças tenha 1.173 animais e 2.118 plantas.
Além disso, tem uma diversidade cultural importante, com 5 milhões de brasileiros que pertencem a comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhos, que dependem da natureza no seu modo de vida e trazem um rico conhecimento de práticas agroecológicas e medicinais. Essa população ocupa um quarto do território nacional.
Na questão econômica, o levantamento destaca que a biodiversidade do Brasil permite a exportação de 350 produtos agrícolas. E relembra que 70% do consumo de alimentos pela população brasileira vêm da agricultura familiar e dois terços da energia elétrica consumidas no país são produzidas em usinas hidrelétricas que dependem da integridade do ecossistema. O Brasil é o terceiro maior exportador de produtos da silvicultura, com 3,64% da produção mundial.
“Vivemos uma crise sistêmica global, expressa por vários atores, como a pressão demográfica, a escassez de recursos, as mudanças nos padrões de consumo, o que é chamado de tempestade perfeita de crises simultâneas”, afirmou.
Para a professora, há urgência nas escolhas para garantir um futuro sustentável. "Para isso, é preciso incorporar a biodiversidade e serviços ecossistêmicos às políticas de desenvolvimento do país, promover o cumprimento das leis, inovar no desenho de políticas que integrem componentes sociais, econômicos e ambientais e reconhecer o papel da ciência como elemento-chave na tomada de decisão”.
Fonte: Agencia Brasil
Uma pesquisa para identificar o povoamento da América do Sul e a relação com a América do Norte, a Sibéria e a Austrália, foi publicada nesta quinta-feira (8) na revista norte-americana Science. O trabalho se baseia no estudo genético de fósseis encontrados no Brasil, em populações de Lagoa Santa, em Minas Gerais, e do homem de Spirit Cave, a múmia natural mais antiga do mundo, encontrado em Nevada, nos Estados Unidos.
O trabalho, que contou com a participação de pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Museu Nacional, da Universidade da Dinamarca, foi apresentado no auditório do Zoológico, ao lado do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O líder do projeto, pesquisador dinamarquês Eske Willerslev, da Universidade de Copenhagen, disse que estava muito satisfeito por dois motivos: um pela publicação na revista Science dos estudos realizados junto com seus colegas em uma “maravilhosa colaboração” e o outro por saber que a pesquisa em conjunto vai se estender ao futuro.
Os pesquisadores querem saber como se formaram essas populações, quantas ondas de migrações ocorreram e em que medida influenciaram a formação dos povos que, atualmente, habitam essas regiões.
Lagoa Santa
Novo estudo genômico desvenda a história de distribuição das primeiras populações do continente americano - Luiz Souza/Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen
O início das escavações em Lagoa Santa, onde foi encontrado o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil brasileiro, foi feito pelo arqueólogo e paleontólogo dinamarquês Peter Lund, que, no fim do século 19, levou o material ao seu país onde, para a continuidade dos estudos, foi arquivado no Museu Nacional da Universidade de Copenhagen.
De acordo com o pesquisador do museu dinamarquês, Peter de Barros Damgaard, que trabalha com Willerslev, durante muito tempo o material ficou parado até os pesquisadores fazerem a primeira análise, com sucesso, datando e sequenciando os esqueletos. Agora, aos estudos, estão sendo anexadas amostras que foram resgatadas pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro, meses antes do incêndio do dia 2 de setembro deste ano.
“Temos já resultados positivos, não só datando as amostras, mas também sequenciando genomas completos”, disse Damgaard.
O pesquisador Luiz Souza, da Universidade Federal de Minas Gerais, disse que a importância de Lagoa Santa na descoberta está no tipo de solo da região. “É um solo calcário que permitiu tanto os ossos de populações pré-históricas, como de animais da época, ficassem mais preservados até agora, o que é difícil de se encontrar em outros ambientes. O fato do solo de Lagoa Santa ter essas propriedades particulares permitiu que até no século 19, inclusive, e ainda hoje, há escavações nesses locais e encontrando mais ossos”.
Luzia e migrações
Os pesquisadores se debruçam, agora, na avaliação de como podem fazer uma análise genética do fóssil de Luzia, que, para eles, pode explicar a relação da população de Lagoa Santa com os povos nativos da América do Sul e da Austrália. “É para saber como entrou este sinal genético que conecta os povos da América do Sul com os povos da Austrália comparados aos índios da América do Norte”, explica Damgaard.
Na visão do pesquisador, Luzia é a chave para explicar esse mistério. “Estamos olhando cinco genomas que estamos publicando agora, e nos reconstruídos a partir do Museu do Rio, que nos mostraram alguns meses antes do incêndio. Eles têm mais ou menos 10 mil anos, só que a Luzia tem aproximadamente 12 mil anos. Isso são dois mil anos de diferença em que várias coisas podem ter acontecido”, disse.
Os estudos apontam que há 25 mil anos houve uma onda migratória que partiu da Sibéria e se expandiu para a Austrália e de lá seguiram para o continente americano - Luiz Souza/Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen
Em Lagoa Santa também foi notado um sinal genético que mostra que há 10 mil anos ocorreu um encontro do povo local com outras populações australomelanésias [Austrália e Melamésia], que não existia na América. “Isso causa uns problemas de interpretação nesse tipo de dado, porque tem duas opções. Uma de que a América do Sul já estava colonizada por povos austrolomelanésios, que não moravam na América do Norte e se misturaram com grupos que entraram na América há 10 mil anos, ou que entraram em outras ondas antes de 10 mil anos atrás, antes da primeira colonização americana e se misturaram na América do Sul”, afirmou.
Os estudos apontam que há 25 mil anos houve uma onda migratória que partiu da Sibéria e se expandiu para a Austrália e de lá seguiram para o continente americano. Com essa migração, existe a possibilidade de povos da América do Sul terem sinal genético australomelanésio. “O que podemos saber é que há 10 mil anos existia um sinal na América do Sul que não existia na América do Norte. Como interpretar isso? Há duas opções: uma de que realmente a América do Sul era ocupada por grupos australianos antes dos nativos americanos ou grupos que tinham esse sinal entraram junto com os primeiros colonizadores não se misturaram e foram direto para a América do Sul".
Além disso, há seis mil anos houve uma segunda onda migratória, que, conforme o pesquisador, parece que começou na América Central e vai para o norte e para o sul.
A pesquisadora Cláudia Carvalho, do Museu Nacional, informou que o crânio de Luzia tem uma datação de 11.500 anos. Para ela, com o material encontrado em Lagoa Santa, o pesquisador Peter Lund revolucionou a ciência, poque não tinha material mais antigo. Segundo ela, o que o trabalho atual mostra é que há uma nova interpretação com mudança de paradigmas sobre o povoamento da América e que voltam para a América do Sul.
“E tentar discutir novamente uma pergunta que às vezes é recorrente de tempos em tempos, porque temos essa diferença entre a América do Norte e a América do Sul e porque a gente não pode simplesmente o tempo todo imaginar um processo simples pela terra ou interior do continente. Uma das hipóteses citadas, absolutamente plausível, é que de passagem pela costa, que pode ter diferentes ambientes, mas tem uma relação grande com a água, que entre aspas, seria muito mais fácil do que em outras situações”, disse a pesquisadora, lembrando que, no caso da costa brasileira, tem a distribuição de grupos pré-históricos que se espalham muito rápido pela região.
Para a professora Cláudia Carvalho, a publicação na Science mostra que a pesquisa no Museu Nacional está viva apesar do incêndio. “Esse é um trabalho de parcerias que dá para pensar no futuro, porque o que se tem hoje são mais perguntas, a gente não tem apenas respostas. A gente tem uma direção, um dado, mas que vai levar a gente cada vez a mais perguntas sobre a ocupação da América.”
Fonte: Agencia Brasil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou hoje (8) a Operação Eros com o objetivo de desarticular uma quadrilha interestadual envolvida na comercialização de medicamentos controlados ou proibidos pela internet. Os participantes do esquema são acusados de tráfico de drogas, crimes contra a saúde pública e lavagem de dinheiro. A Justiça autorizou o cumprimento de quatro mandados de prisão e três de busca e apreensão em Maricá (RJ) e em Foz do Iguaçu (PR). A Polícia Civil do Paraná dá apoio à operação.
A ação também tem autorização para cumprir o sequestro judicial de três imóveis, cinco contas bancárias e dois veículos dos suspeitos. Ainda não há confirmação se todos os mandados foram cumpridos. A Polícia Civil confirma, porém, que foi efetuada uma prisão em flagrante. Um homem, que não era alvo de mandado judicial, foi flagrado no centro do Rio de Janeiro enquanto realizava entregas. Os policiais também se dirigiram à casa dele, na zona oeste da capital fluminense, onde encontraram quase mil caixas de medicamentos.
A investigação para desvendar o esquema revelou que entre as mercadorias vendidas estão remédios com efeito abortivo, antidepressivos, anabolizantes, anfetaminas, inibidores de apetite e substâncias dopantes, usadas por criminosos no golpe popularmente conhecido como “boa noite, Cinderela”, em que a vítima cai no sono e é roubada ou abusada. A página na internet usada na comercialização ilegal estava no ar desde 2006 e possibilitava a compra de qualquer lugar do país. As encomendas eram postadas em agências dos Correios em Niterói (RJ).
O esquema foi descoberto o a partir de interceptações telefônicas, ação controlada e quebra de sigilos bancários e fiscais. A estimativa é de que mais de R$ 150 mil por mês tenham sido movimentados com o comércio ilegal de medicamentos e drogas. Parte dos lucros era investida em imóveis, com o objetivo de promover a lavagem do dinheiro. Se condenados, os investigados podem pegar penas que variam entre cinco e 15 anos de prisão.
Fonte: Agencia Brasil